We heart it |
Começou
o carnaval e eu já tinha me programado: Dormir muito para recuperar as
energias, ler Fazendo meu filme 4, escrever para o blog, assistir vários
filmes, me atualizar nas séries e estudar. Mas, meus planos foram por água
abaixo quando descobri que ia para a casa do meu avô. No interior. Onde
internet é péssima, não conheço ninguém além da minha família e para complementar
a minha sorte, meu celular quebrou, ou seja, sem WhatsApp. Ótimo carnaval!
E só
para satisfazer minha mãe, eu fui para a festa que estava tendo com minha
vizinha que não falo desde que ela começou a paquerar os meninos e eu ainda
queria brincar. A festa era a fantasia e, olha a sorte conspirando ao meu favor
de novo, ninguém me avisou. E eu fui de short, tênis e minha blusa favorita com
o símbolo das relíquias da morte, enquanto que a Carol, minha vizinha, estava
de havaiana. Ótimo momento para mostrar seu corpo torneado resultado de altas
horas na academia e me fazer me sentir ainda mais um peixinho fora d’água com
minhas varetinhas que chamo de pernas.
Como
a festa era pertinho, fomos caminhando enquanto um muro constrangedor era
erguido aos poucos entre a gente. Ela se encontrou os amigos, me apresentou, e
começou a conversar com eles. E eu ali de braços cruzados só querendo ir para
casa, me trancar no quarto e ler, mas eu se fosse naquela hora minha mãe ia
passar horas brigando comigo. Em compensação se eu esperasse, pelo menos, o
final da primeira banda e depois voltasse para casa, ia ser perfeito.
Quando
percebi que todos os amigos das Carol estavam me achando estranha, resolvi que
se fosse para estar ali, era melhor ficar em um lugarzinho mais vazio e que as
pessoas não me olhassem como se eu fosse um bicho de zoológico. Então, sai e
nem dei explicação.
Consegui,
depois de empurrões suados e cantadas de bêbados, encontrar uns banquinhos em
uma praça mais atrás do show, mas que também não estava completamente vazio.
Comprei um refrigerante e fui me sentar. E depois do que pareceram horas, o
show começou. Fiquei lá de longe, observando as pessoas. Tinha todo tipo de
fantasia, de criativas a manjadas, de comportada a periguetes. Mas, tinha uma
fantasia que eu fiquei intrigada. No meio daquela gente toda, tinha um menino
com uma capa e um chapéu de bruxo que eu conhecia bem. Mas, eu nem tive tempo
de ver direito, porque começou uma briga perto dele e eu o perdi de vista.
Quando
estava terminando o show, alguém senta perto de mim. Eu decido nem dar atenção,
mas esse desconhecido fala alguma coisa e eu viro o rosto para saber o que é.
Era aquele menino da capa de Hogwarts. Da Grifinória para ser mais específica.
E com a cara mais indiferente possível eu peço para ele repetir, enquanto eu
observava seu rosto mais atentamente.
-
Qual a sua casa? – Ele pergunta me dando um sorriso que fez meu coração achar
era motivo para acelerar. E com o mesmo tom de indiferença, eu respondo que sou
da Sonserina. E ele com a cara mais debochada diz “Percebe-se”. Bufei e virei o
rosto fingindo interesse na banda.
-Não
é para tanto. Vamos lá. Fale comigo. Por que está aqui sozinha?
-
Não me misturo com sangue-ruim.
A
banda terminou, começou outra e continuávamos ali, prolongando ainda mais a
conversa. Ele era divertido, gostava de ler tanto quanto eu e quer ser
jornalista. Talvez, minha mãe estivesse certa. Meu carnaval poderia ser
divertido e o melhor: Só estava começando.
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